A data-750 a.C.
O lugar-Jerusalém.
O homem-Jehoshaphat, Rei de Judá, um bom rei, o filho de Asa. Durante seu reinado houve paz e prosperidade porque Jeosafá era um homem do Livro. Mais do que tudo, ele queria fazer o que Deus disse. Deus o honrou por esse compromisso e o fez grande.
A crise – um ataque surpresa do sudeste. Três nações de repente se moveram contra Judah-Moab, Ammon e os Menuitas. Sem aviso, eles atravessaram o Mar Morto. Mesmo agora eles estavam apenas a 40 milhas de distância. O ataque veio de nações que alimentavam antigas hostilidades, longas lembranças de lentidão percebida, raiva fervilhante ao longo dos anos, ciúmes agora fervendo. O perigo era muito real.
As notícias vieram por aqui: “Um vasto exército está vindo contra você. Eles atravessaram o Mar Morto e já estão em En Gedi.” Mais um dia ou dois ou três e o inimigo estaria às portas de Jerusalém.
Verso 2 acrescenta uma frase significativa: “Um vasto exército está a vir contra ti.” Isso tornou-o muito pessoal. Não só contra Judá, não só contra Jerusalém, mas contra o próprio rei, contra Jeosafá. Este foi um verdadeiro teste à fé de um homem no tempo da crise.
O Momento Decisivo
O que ele vai fazer? Um homem pode fazer muitas coisas em tempo de crise. Alguns encobrem, alguns desistem, outros entram em pânico, outros ainda negam ter um problema. O versículo 3 revela a resposta chave: “Jehoshaphat resolveu perguntar ao Senhor.” Tudo se volta para esse fato. Este foi o momento decisivo. Não é a crise que destrói os homens; é o que fazemos ou não fazemos quando a crise atinge. Ninguém pode evitar um momento como este.
Os primeiros momentos, as primeiras horas, os primeiros dias, a maneira como você responde quando as suas costas estão contra a parede – é quando você descobre do que você é feito.
O que você faz quando a sua terra é invadida? Pega as armas? Chama o exército? Isso faria sentido porque Judah tinha um exército grande e bem treinado.
Um tempo para rezar
Não desta vez. Jehoshaphat fez algo que, pelos padrões humanos, não faz sentido. Ele chamou um jejum nacional e pediu ao povo que se juntasse a ele em Jerusalém para uma reunião de oração. Agora isso é uma loucura por todos os padrões humanos. O bom senso diz: “Não perca tempo. Há um tempo para rezar e um tempo para lutar. Agora é a hora de lutar”
Oh não, diz Jehoshaphat. Agora é a hora de rezar. A sua oração, registada em II Crónicas 20:6-12, é uma das maiores orações de toda a Bíblia.
Duas coisas me impressionam na sua oração: Há aqui uma grande fé… e grande simplicidade.
1. Fé
A. Há fé no caráter de Deus: “Poder e poder estão nas tuas mãos e ninguém te pode resistir” (6).
B. Há fé na promessa de Deus: “Você não expulsou os habitantes desta terra diante do seu povo Israel e a deu para sempre aos descendentes de Abraão, seu amigo?” (7).
2. Simplicidade
A. Há apenas um pedido: “Não os julgará?” (12).
B. Há apenas uma queixa: “Veja como eles nos reembolsaram” (11).
C. Há apenas uma confissão: “Não temos poder para enfrentar este vasto exército que nos está a atacar. Nós não sabemos o que fazer, mas nossos olhos estão sobre você” (12).
Nós nos confundimos quando pensamos em oração. Olhamos para o exterior – a forma, as palavras, o comprimento, se estamos em pé ou sentados, se nossos olhos estão abertos ou fechados, se fraseamos as coisas exatamente da maneira correta. Mas Deus olha para os interiores – a fé, a sinceridade, a honestidade. Ele não está tão interessado no exterior; quando escuta a oração, ele olha para o seu coração.
E o coração de Jehoshaphat estava no lugar certo. Esta não é uma oração muito longa, mas salvou uma nação. Não foi muito complicado, mas conseguiu fazer o trabalho.
A resposta não demorou muito para chegar. Enquanto o povo estava reunido em Jerusalém, o Senhor falou através de um profeta chamado Jahaziel. A sua mensagem era simples: “Isto é o que o Senhor lhe diz: ‘Não tenhas medo ou desanimo por causa deste vasto exército’. Porque a batalha não é tua, mas de Deus” (15).
Toma um momento para saborear esta última frase: “A batalha não é tua, mas do Senhor”. Imagino que Jehoshaphat ficou contente por ouvir isso. O profeta continuou a dar algumas instruções muito específicas:
1. Amanhã você marchará para encontrar seus inimigos.
2. Tome suas posições, mas não precisa lutar.
3. Fique parado e veja a salvação do Senhor.
De quem é a batalha, enfim?
No momento da crise, nosso maior perigo é o desânimo. Vemos o inimigo alinhado contra nós e isso nos assusta até a morte. Afinal, o medo é bem fundado se tiveres de enfrentar um vasto exército sem ajuda de cima!
> A verdadeira questão é, irás na tua própria força ou irás no poder de Deus?
§ Se a batalha é tua, estás em sérios problemas.
>
§ Se a batalha é de Deus, não tens de lutar. Você só tem que tomar sua posição.
As palavras finais do profeta foram: “Vá enfrentá-los amanhã, e o Senhor estará com você” (17). Duas coisas aconteceram a seguir:
1. Jeosafá curvou-se ao chão e todo o povo de Judá caiu no chão e começou a adorar ao Senhor.
2 Os levitas levantaram-se e começaram a louvar a Deus com uma voz alta.
O Coro Lidera o Caminho!
Agora chegamos à parte boa da história. Na manhã seguinte, o exército de Judá começa a mover-se contra o inimigo. Mas é a formação de batalha mais estranha da história: “No início da manhã partiram para o deserto de Tekoa. Ao partirem, Jeosafá levantou-se e disse: ‘Escutem-me, povo de Judá e Jerusalém! Tende fé no Senhor vosso Deus e sereis sustentados; tende fé nos seus profetas e sereis bem sucedidos”. Depois de consultar o povo, Jeosafá designou homens para cantar ao Senhor e louvá-lo pelo esplendor da sua santidade quando saíam à frente do exército, dizendo:
‘Dá graças ao Senhor,
>
Porque o seu amor perdura para sempre'”. (20-21).
Pode imaginar a visão? Aí vem o exército de Judá, milhares de homens armados para a batalha. Quem está à frente? Nem os batedores, nem os arqueiros, nem os guerreiros, nem a infantaria, nem os homens poderosos. O coro está à frente!
Esta foi uma jogada ousada e audaciosa. Ou os cantores serão mortos num grande massacre ou Deus virá através. Mas esta é a batalha de Deus, por isso a resposta adequada é uma adoração audaz e audaciosa. O que Jeosafá faz parece um disparate, mas faz perfeito sentido de Deus.
Dizem que um silêncio sinistro envolve um campo de batalha pouco antes do primeiro tiro, um silêncio tenso e vivo quando todo o mundo pára pouco antes do rugido das armas. Naquele momento de silêncio, os homens recolhem os seus pensamentos, fazem as suas orações privadas e preparam-se para morrer.
Os estrategas militares dizem-nos que nada é mais importante na batalha do que conseguir o elemento surpresa. Se o seu inimigo não sabe que você está vindo, talvez o choque do primeiro assalto ganhe o dia. Se você pode atingi-lo quando ele não espera, ele irá balançar os calcanhares e logo fugirá do campo.
Suicídio A menos que …
Mas o exército de Judá desistiu do elemento surpresa. Aqui eles vêm pela estrada, liderados pelo coro masculino, cantando no topo das suas vozes. Não um hino patriótico, não uma canção de amor, não uma marcha militar, mas um grito de louvor a Deus Todo-Poderoso: “Dai graças ao Senhor, porque o seu amor perdura para sempre.” Cantaram vezes sem conta, elevando o seu louvor cada vez mais alto. Sem dúvida os soldados se juntaram a eles, trovejando o som de louvor através das colinas áridas em direção a En Gedi.
Esta estratégia pareceria suicida. Em primeiro lugar, eles estavam abrindo mão de toda a esperança de surpresa. Até os surdos podiam ouvir este exército a chegar. Entretanto, algo estranho está a acontecer no campo inimigo. Quando os homens de Judá se aproximavam, o som do canto confundia os moabitas com os amonitas. Precisamente o que aconteceu não é claro. A Bíblia diz simplesmente: “O Senhor colocou emboscadas contra eles.” Talvez ele tenha enviado os seus anjos para se juntarem à batalha de alguma forma. Talvez ele os tenha feito cair nas suas próprias armadilhas e começar a matar-se uns aos outros.
Quem sabe? Mas assim que a matança começou, não havia maneira de a parar. Primeiro os Moabitas e os Amonitas ligaram os Menuitas e mataram-nos. Depois os Moabitas e os Amonitas começaram a atacar-se uns aos outros.
Meanwhile, o exército de Judah continuou a marchar. Quando chegaram ao lugar alto com vista para o campo de batalha, tudo o que viram foram cadáveres, cadáveres duros secando no vento quente do deserto. Foi só isso. Um campo cheio de cadáveres, duros, silenciosos. Homens mortos até onde a vista alcançava. Milhares e milhares de homens mortos. Moabitas, amonitas, menusitas, todos mortos, não um deles morto pelos homens de Judá. Na sua confusão, eles tinham se matado uns aos outros. O vasto exército já não era mais.
Vieram uma batalha que nunca combateram
A Bíblia é específica sobre este ponto: Ninguém escapou. Pense nisso. Nem mesmo um sobrevivente. Todos os homens que vieram lutar morreram naquele dia.
§ Os homens de Judá nunca dispararam uma flecha, nunca atiraram uma lança.
>
§ Não lutaram de todo.
§ Eles marcharam cantando e quando chegaram ao campo de batalha, já tinha acabado.
>
§ Tal como Deus disse.
>
> Na minha Bíblia esta história tem o título: “Jehoshaphat derrota Moab e Ammon.” Sabes o que há de engraçado nisso? Ele não levantou um dedo. Ele nem sequer suou! Nenhum general jamais teve uma batalha mais fácil do que esta. Ele não disparou um tiro e não perdeu um homem. Ele nem teve tempo de sujar o uniforme. E ele não só ganhou a batalha como toda a batalha acabou antes de ele lá chegar. Nada mal!
O resto da história é assim:
1. Levaram três dias para levar o saque do inimigo – uniformes, equipamento e armas.
2. No quarto dia tiveram uma reunião de louvor no Vale de Beracah – o que significa “Vale de Louvor”.
3. Quando voltaram a Jerusalém, eles tiveram outra reunião de louvor no templo – esta vez com uma combinação do Antigo Testamento -, liras e trombetas.
4. Quando as outras nações ouviram o que tinha acontecido, eles decidiram deixar o povo de Deus em paz. O final da história está no versículo 30: “O reino de Jeosafá estava em paz, pois seu Deus lhe havia dado descanso de todos os lados”.
Duas Aplicações Pertinentes
1. Grandes coisas nos acontecem quando percebemos nossa condição de impotência.
A chave para esta vitória é encontrada no final da oração de Jeosafá: “Não temos poder para enfrentar este vasto exército que vem contra nós.” Já se sentiu assim? Que grande lugar para se estar! Se você está lá agora, não desespere. Deus tem o prazer de intervir em nome dos impotentes.
Toda esta história retrata a nossa situação no mundo. Estamos sempre em desvantagem numérica, sempre em desvantagem, perpetuamente rodeados de deveres, preocupações, impedimentos, assédios, problemas e enredos da vida.
Em algum lugar que encontrei esta citação “Abençoado é o desespero que apanha a mão de Deus. Firme é a confiança que salta do desespero.
É tão fácil ter falsa segurança:
Posso aguentar.
Não se preocupe. Eu posso lidar com isso.
Tenho tudo sob controle.
Mas estamos sempre quebrados mais cedo ou mais tarde. No final, mesmo os mais poderosos percebem que não têm poder algum. O homem mais forte é quebrado nas rochas dentadas da realidade, mais cedo ou mais tarde. Justo quando pensamos que temos tudo junto, nesse momento fatídico a vida começa a desmoronar.
Terra Zero
Aqui está um pensamento chave para você: O crescimento cristão é o processo de quebrar continuamente a nossa falsa segurança. Deus o faz, despojando lentamente de você as coisas em que você confia: sua saúde, seu trabalho, seu dinheiro, seus amigos, seus planos para o futuro, sua carreira, seus sonhos, seus filhos, seu cônjuge, e no final, até mesmo sua reputação pode estar em ruínas. Deus faz isso, não para destruir você, mas para tirar tudo o resto para que você não tenha mais para onde ir, a não ser para o Senhor.
Foi o que Ele fez por Jeosafá. Isso é o que Ele faz por todos nós. É o que ele está a fazer por alguns de vocês neste momento. As coisas que vocês mais valorizaram estão lentamente a ser-vos retiradas. Mas Deus, que agora parece ser tão cruel, te ama tanto que não te deixará ir até que sua confiança esteja somente nele.
Volte à última frase da oração de Jeosafá: “Nós não sabemos o que fazer, mas os nossos olhos estão sobre ti.” É aí que Deus quer que estejas. Esse é o Ground Zero da vida espiritual. Ele fará o que for preciso, incluindo trazer dor e decepção para sua vida, a fim de levá-lo a esse ponto.
Mais uma citação: “Abençoado é o nosso sentimento de impotência se nos der a energia de uma fé desesperada.” A fé desesperada é boa porque quando chegamos ao fim dos nossos recursos acumulados, finalmente estamos face a face com Deus.
2 O cultivo da adoração é o nosso único meio de vitória espiritual.
Então novamente estamos face a face com a realidade de que a adoração não é algo que fazemos apenas uma hora por semana. Nem é simplesmente uma rotina religiosa reservada para as 11:00 da manhã de domingo. A adoração é nossa resposta a Deus enquanto nos voltamos para Ele em nosso desamparo!
É por isso que esta história é tão crucial para a compreensão adequada da adoração. Olha tudo o que estava envolvido no culto a Deus: jejuar… reunir… orar… em pé… curvar-se… cair… louvar… louvar e marchar… cantar e louvar… louvar no vale… louvar no Templo… aplaudir… regozijar-se… agradecer… tocar a harpa… tocar o alaúde… tocar a trombeta.
Mas reparem nisto: Eles adoravam a Deus antes da crise, adoravam durante a crise, adoravam depois da crise. A adoração não era um evento ao qual eles participavam; a adoração era um modo de vida para o povo de Deus. E Deus respondeu à adoração deles dando-lhes uma vitória fantástica.
É por isso que eu acho que o versículo 22 é tão significativo: “Quando começaram a cantar e a louvar, o Senhor colocou emboscadas contra os homens de Amon, Moabe e Monte Seir que invadiam Judá, e foram derrotados.” Percebeste isso? Quando eles começaram a cantar e a louvar. Isto é, no ato de cantar, enquanto eles estavam louvando, no meio do seu culto, e como resposta a isso, Deus colocou emboscadas para seus inimigos, e seus inimigos foram derrotados. O louvor não era o prelúdio para a batalha; o louvor era a batalha. O louvor não era a preparação para a estratégia; a adoração era a estratégia.
A adoração libera o poder de Deus
Deixe que eu faça meu significado claro: Quando adoramos, o poderoso poder de Deus é libertado em nosso favor. A adoração abre a porta para que o poder libertador de Deus flua para o nosso desespero. Deus procura homens e mulheres que verão a sua impotência e o adorarão de qualquer maneira.
Às vezes cantando… às vezes orando… às vezes aplaudindo… às vezes chorando… às vezes gritando… às vezes testemunhando… às vezes de pé… às vezes ajoelhando… às vezes falando… às vezes guardando silêncio!
Prazer significa honrar a Deus!
Prazer significa honrar a Deus com as nossas vidas. É isso que Romanos 12:1 significa quando fala em oferecer o seu corpo como um “sacrifício vivo”. Os vários meios de adoração são simplesmente formas de expressar o que sentimos por Deus.
§ Quando oramos, adoramos por necessidade.
>
§ Quando obedecemos, adoramos por amor.
>
§ Quando cantamos, adoramos por alegria.
>
§ Quando damos, adoramos por gratidão.
>
§ Quando louvamos, adoramos por reverência.
>
>O culto, então, é a preparação para a guerra espiritual que enfrentamos durante a semana. Não é o prelúdio. É a batalha em si. A adoração deve ser uma descrição de cada parte da vida. O que fazemos no domingo de manhã é apenas a ponta do iceberg.
Quando a adoração se torna o nosso estilo de vida, vemos este grande resultado: A batalha não é nossa, mas do Senhor – e ele nunca perdeu uma ainda!
Quatro perguntas simples
Deixe-me resumir a mensagem desta passagem em quatro perguntas simples:
1. Em quem eu confio? Deus.
2. Como eu me vejo? Impotente.
3. O que eu faço em uma crise? Adoração.
4. O que é que Deus faz? Combate a batalha por mim.
Judah não precisava de um grande exército, um pequeno exército ou qualquer exército. Enquanto a nação dependesse do Senhor, ele lutaria as batalhas dela.
Porquê? O Poderoso irá entregar o seu povo. Ele é Deus o salvador que resgata o seu povo. Foi o que Salomão quis dizer quando disse: “O cavalo está preparado para o dia da batalha, mas a vitória pertence ao Senhor” (Provérbios 21:31).
Se você está em apuros hoje, eu tenho três conselhos:
1. Admita sua condição de indefeso.
2. Pare de reclamar e comece a elogiar.
3. Fique parado e veja a salvação do Senhor.
§ Ele pode montar uma emboscada e derrotar seus inimigos.
>
§ Ele pode ajudar os indefesos.
§ Ele pode libertar seu povo.
>
§ Ele pode libertar-te de formas com que nunca sonhaste.
>
§ Ele pode pôr um bebé numa manjedoura e fazer desse bebé o Salvador do mundo.
>
Como diz a canção, “Que Deus poderoso nós servimos!”
>
Regozija-te, filho de Deus. O inimigo tem você cercado? Você se sente impotente contra o inimigo? Não temas, pois o Senhor é o Ajudante dos indefesos.
Ergue a tua voz. Que o medo seja vencido pelo som dos teus louvores. Vai para a batalha cantando, e em breve irás para casa regozijando-te.