Antecedentes: a regra ABCD é usada para orientar médicos, profissionais de saúde e pacientes a reconhecerem as principais características de lesões cutâneas suspeitas de melanoma. No Brasil não há estudos para validar o uso da regra ABCD por pacientes após instruções dadas por dermatologistas.
Objetivos: avaliar o aprendizado da regra ABCD por pacientes de um centro de dermatologia de referência na região Sul do Brasil.
Métodos: um estudo randomizado, com 80 pacientes ambulatoriais. Foram avaliados: sexo, idade, nível de escolaridade, renda mensal e acesso aos meios de comunicação. O grupo intervenção recebeu instruções quanto ao uso da regra ABCD e o grupo controle não. Ambos os grupos foram avaliados em três pontos no tempo (linha de base; fora do consultório; e no consultório, 15 dias depois) em relação às suas respostas sobre um painel de fotografias. O nível de significância utilizado foi p < 0,05 e um poder de 0,80.
Resultados: o grupo que recebeu a informação respondeu corretamente em relação ao diagnóstico de melanomas com maior freqüência em relação ao grupo controle (p < 0,01). Com exceção do acesso à radiodifusão, que teve influência positiva dos resultados (p < 0,05), as outras variáveis avaliadas não influenciaram os resultados.
Conclusões: a regra ABCD pode ser usada para treinar pacientes, acima de 17 anos de idade, para identificar alterações que sugiram melanoma. Este aprendizado é independente do sexo, nível de escolaridade, renda mensal e acesso aos meios de comunicação, exceto o rádio.