O que já é conhecido sobre este assunto: O aconselhamento em obesidade nos cuidados primários está positivamente associado à mudança de comportamento auto-relatada em pacientes com obesidade. O aconselhamento em obesidade é raro, e quando ocorre, muitas vezes é de baixa qualidade devido à má formação e/ou competência dos prestadores de cuidados de saúde para a gestão da obesidade, falta de tempo e desincentivos económicos, e atitude negativa em relação à obesidade e à gestão da obesidade. 5As estruturas são rotineiramente utilizadas para aconselhamento de mudança de comportamento e gestão de dependência (por exemplo, a cessação do tabagismo), mas poucos estudos examinaram a sua eficácia para a gestão do peso.
O que este estudo acrescenta: Este estudo apresenta dados piloto da implementação e avaliação de uma ferramenta de gestão da obesidade (5As of Obesity Management desenvolvido pela Canadian Obesity Network) em um ambiente de cuidados primários. Os resultados mostram que a ferramenta facilita o controle de peso nos cuidados primários, promovendo a comunicação médico-paciente, avaliações médicas para obesidade e planos de acompanhamento. A obesidade continua a ser mal gerida nos cuidados primários. Os 5As de Gestão da Obesidade é uma intervenção mínima baseada na teoria e na evidência, concebida para facilitar o aconselhamento e gestão da obesidade por parte dos profissionais de cuidados primários. Este projecto testou o impacto da implementação desta ferramenta nas clínicas de cuidados primários. As pesquisas eletrônicas auto-administradas foram completadas por sujeitos obesos pré-selecionados ao final de suas consultas em quatro clínicas de atenção primária (mais de 25 profissionais de saúde). Estas medições foram realizadas antes (linha de base, n = 51) e 1 mês após a implementação dos 5As de Gestão da Obesidade (pós-intervenção, n = 51). A intervenção consistiu em uma sessão de treinamento online (90 min) e na distribuição do conjunto de ferramentas dos 5As para os PCHs das clínicas participantes. Os sujeitos que completaram a pesquisa antes e depois da intervenção foram comparáveis em termos de idade, sexo, índice de massa corporal, comorbidades, satisfação e estado de saúde auto-referido (P > 0,2). A implementação dos 5As de Obesidade resultou em um aumento duas vezes maior no início do tratamento da obesidade (19 vs. 39%, P = 0,03), e causou um aumento estatisticamente significativo na percepção dos esforços de acompanhamento/coordenação (auto-relato dos componentes da Avaliação de Pacientes de Doença Crônica, 45 ± 22 vs. 67 ± 12 pontos, P = 0,002), assim como dois componentes do quadro dos 5As: Avaliação (50 ± 29 vs. 66 ± 15 pontos, P = 0,03) e Assistência (54 ± 26 vs. 72 ± 13 pontos, P = 0,01). Nossos resultados sugerem que o uso dos 5As de Gerenciamento de Obesidade facilita o controle de peso nos cuidados primários, promovendo a comunicação médico-paciente, avaliações médicas para obesidade e planos de acompanhamento.