OBJECTIVOS: O objetivo deste estudo foi determinar a distribuição de valores para o teste de tolerância à glicose de 75 gm na gravidez e definir a intolerância à glicose pela relação entre os valores de glicose materna e macrossomia neonatal.
DESENHO DO ESTUDO: Um total de 3505 gestantes não selecionadas foi submetido a um teste de tolerância à glicose de 75 gm, com duração de 2 horas. Dieta ou insulinoterapia foi oferecida apenas a pacientes com nível de glicose plasmática em jejum ≥ 105 mg/dl ou um valor de 2 horas de pósglucose ≥ 200 mg/dl. Foram utilizados pesos de nascimento de crianças nascidas vivas, com peso entre 36 e 42 semanas, cujas mães tiveram um nível de glicose plasmática em jejum < 105 mg/dl e valor de carga pósglucose de 2 horas < 200 mg/dl para calcular as relações entre os níveis de glicose e os pesos de nascimento.
RESULTADOS: Com 24 a 28 semanas de gestação os valores médios e de glicemia plasmática SD estavam em jejum 83,6 (8,9) mg/dl, 1 hora 128,4 (32,9) mg/dl, e 2 horas 108,4 (24,8) mg/dl. Em um modelo de regressão logística múltipla, os fatores estatisticamente associados à macrossomia foram raça materna, paridade, índice de massa corporal pré-gestacional, ganho de peso, idade gestacional no teste, nível de glicemia plasmática em jejum e valor de 2 horas de pós-glicose. Foi encontrada uma associação positiva entre os valores de glicose materna e os percentis de peso ao nascer. Não foram encontrados valores limiares de glicose clinicamente significativos em relação ao peso ao nascer ou macrossomia.
CONCLUSÃO: Na ausência de uma relação limiar significativa entre os valores do teste de tolerância à glicose e o resultado clínico, os critérios que definem o diabetes gestacional serão provavelmente estabelecidos por consenso.