Prologo:
Ao longo deste século os centros acadêmicos de saúde (AHCs) surgiram como atores-chave no complexo processo de desenvolvimento da tecnologia e de sua transferência do laboratório para o mercado médico. As recentes tendências para a competição de preços e o aumento da regulamentação nas taxas de reembolso hospitalar, no entanto, ameaçam eliminar as fontes tradicionais de financiamento para pesquisa e desenvolvimento (R&D) nestas instituições. Alguns reformadores propuseram um financiamento federal explícito que substituiria a perda de receita das AHCs de outras fontes. Neste artigo, Gerard Anderson e colegas traçam a evolução dos HAI e destacam seu papel no R&D médico. Eles alertam que a mudança iminente nas fontes de financiamento poderia ter sérias conseqüências para o curso futuro da inovação médica. Os autores salientam a importância de ter um conjunto bem definido de prioridades e uma compreensão clara dos fatores que fomentam a inovação em AHC. Anderson, um especialista bem conceituado em finanças da saúde com doutorado em análise de políticas públicas pela Universidade da Pensilvânia, é diretor do Center for Hospital Finance and Management da Universidade Johns Hopkins, em Baltimore. Earl Steinberg, um especialista reconhecido nacionalmente em avaliação de tecnologia, é professor de medicina e política e gestão de saúde na Hopkins e dirige o Programa Hopkins de Avaliação de Tecnologia e Prática Médica. Ele é formado em medicina pela Harvard Medical School e possui um mestrado em políticas públicas pela Kennedy School de Harvard. Robert Heyssel, médico, é presidente emérito do Sistema de Saúde Johns Hopkins e do Hospital Johns Hopkins, tendo-se demitido em 1992 após quase vinte anos ao leme. Heyssel recebeu o seu diploma médico da Universidade de St. Louis. Ele é membro do Instituto de Medicina da Academia Nacional de Ciências e teve uma longa e distinta carreira na prática e administração médica, tanto no setor público como no privado.
Abstract: Os centros acadêmicos de saúde (AHCs) desempenham agora um papel importante no desenvolvimento, adoção e avaliação de tecnologias médicas; na prestação de aconselhamento a outras entidades envolvidas na inovação médica; e na educação de profissionais atuais e futuros. Contudo, as recentes e potenciais iniciativas de reforma dos cuidados de saúde podem dificultar cada vez mais a continuação do papel histórico das AHC na inovação médica. Os decisores políticos estão examinando opções específicas que cobririam explicitamente o custo de alguns desses serviços, mas poderiam tirar alguma da autonomia que os profissionais de saúde têm desfrutado e poderiam mudar o papel dos profissionais de saúde na inovação tecnológica.