Água
Água simboliza a graça – a expressão do amor de Deus dado às pessoas mesmo quando elas não o merecem – em grande parte da novela. O significado do símbolo é mais evidente na cena em que Norman Maclean e seu pai discutem a relação entre a “Palavra de Deus” da Bíblia Cristã e as águas do rio. Uma referência textual ao Evangelho da palavra grega logos de João, que na teologia cristã é entendida como Jesus Cristo, esclarece que “Palavra” aqui significa Jesus. Anteriormente, Norman citou seu pai como dizendo que a graça “vem pela arte e a arte não vem fácil”. Sentado junto ao rio, o reverendo explica que a Palavra veio primeiro, mas que “a água corre sobre as palavras”. Em outras palavras, a graça se estende a toda a humanidade, incluindo seres defeituosos, como Paulo. É na sua arte que Paulo é mais tocado pela graça.
A água também representa a própria vida. Ela começa e termina Um rio corre através dela. Ao longo da história, Norman nunca se afasta muito da água. É enquanto pesca que ele se sente mais próximo de Paulo. Enquanto Norman tem dificuldade em ajudar seu irmão a lidar com questões de jogo e bebida, ele não tem tal problema em entender as águas de um rio. Ele frequentemente se concentra na tarefa de estudar a água, sabendo como ler o fluxo de um rio e provocar uma truta para pegar uma mosca. E enquanto ele continua sem sucesso em ajudar seu irmão, ele prevê escrever a história deles para entender melhor.
Até o final da história, Norman criou o texto que seu pai lhe disse para escrever. Ele aceita que não há respostas para certas perguntas, e ele pode ver a própria vida como um rio cortando a eternidade, onde “todas as coisas se fundem em uma só”.
Fly-Fishing
Da primeira frase da história, fly-fishing é uma metáfora estendida para a arte, que por sua vez está ligada à graça. Nas religiões cristãs, a graça é a expressão do amor de Deus mostrado à humanidade, apesar de sua quebra. A história de Maclean acrescenta à graça o conceito de arte, através do qual a graça pode ser conquistada. Ao seu pai, Maclean diz, “todas as coisas boas”, incluindo a truta e a salvação eterna, “vêm pela graça e a graça vem pela arte e a arte não vem fácil”
A arte da pesca manifesta-se através das varas de mosca, que são tratadas com reverência durante toda a novela. A cana do pai de Maclean pesa apenas quatro onças e é feita de cana de bambu dividida do sudeste asiático envolta em fios de seda vermelhos e azuis. O reverendo coloca uma luva quando está a fazer o casting. A sua vara é descrita como algo quase vivo. “Treme com os movimentos inferiores da pele da carne.” Maclean chama-lhe um “pau sem cérebro” que se recusa a fazer algo simples sem o treino adequado. Aprender a lançar corretamente, diz Maclean, requer prática e aderência a um ritmo de quatro-contas.
Nas mãos de Paul, o artista da pesca com mosca, a vara se torna uma varinha mágica. Paul usa-a para criar a ilusão de um enxame de insetos ou para atirar sua mosca através das águas apressadas para uma piscina onde se esconde uma grande truta. Ao agitar a sua varinha, a linha às vezes parece desaparecer no ar. Outras vezes, a linha faz halos sobre sua cabeça, enfatizando suas habilidades míticas, maiores que a vida.